No Brasil, operadoras de saúde ganharam 1,5 milhão de
beneficiários durante a pandemia
Os
planos de saúde ganharam 1,5 milhão de novos beneficiários entre
junho de 2020 e junho de 2021 em todo o país, segundo dados da ANS
(Agência Nacional de Saúde Suplementar), e também conseguiram,
mesmo diante da pandemia, bater o recorde de avaliação positiva. É
o que indica um estudo realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde
Suplementar (IESS), que mostrou que 84% dos beneficiários estão
muito satisfeitos com os planos de saúde. Em 2019, esse índice era
de 80%.
Em
Salvador não foi diferente: segundo o mesmo estudo, 90% dos
beneficiários de planos de saúde da capital baiana estão muito
satisfeitos com os serviços prestados pelas operadoras. Em 2019,
esse índice era de 80%.
Dentre os quesitos mais bem avaliados está o que se refere à
cobertura dos planos de saúde, cuja aprovação passou de 15%, em
2019, para 25%, em 2021.
Para
a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), a melhora na
aprovação se deve, sobretudo, às iniciativas adotadas pelas
operadoras de saúde no enfrentamento da pandemia, com esforços
constantes por salvar vidas, desde atendimentos de emergência até o
uso da telemedicina.
“Isso só foi possível graças ao direcionamento de equipes e
recursos para atendimento à Covid, capacitação, treinamento, além
de investimentos na ampliação de leitos e na construção de novos
hospitais”, ressalta a diretora executiva da FenaSaúde, Vera
Valente.
Outro ponto de destaque que contribui para a avaliação positiva é a
implementação da telessaúde. A medida, autorizada durante a
pandemia, mas somente enquanto permanecer a situação de emergência,
se mostrou acertada e essencial. Entre março de 2020 e maio deste
ano, foram realizados 3,1 milhões de teleatendimentos no país,
segundo levantamento da FenaSaúde. A resolutividade dos casos
durante as consultas on-line foi superior a 90% e o índice de
satisfação variou entre 75% e 94%.
“Essas consultas garantiram mais acesso à saúde para os
beneficiários e evitaram o risco de contaminação pelo coronavírus
numa ida ao hospital ou clínica”, explica a diretora executiva da
FenaSaúde.
Necessidade de novos
produtos
Ainda segundo o estudo feito pelo IESS, 41,4% das pessoas
entrevistadas já tiveram plano de saúde, sendo a demissão do
emprego e o preço das mensalidades as razões principais para não
possuir mais o plano. A qualidade do atendimento e a
comodidade/conforto são as justificativas mais recorrentes para o
interesse em se ter plano de saúde (66%). Já entre aqueles que
afirmam não ter interesse (34%), o preço da mensalidade é o
principal impeditivo.
“Esses dados mostram que as pessoas querem planos com mais opções,
que sejam mais aderentes à sua capacidade de pagamento. Portanto, é
fundamental diversificar e ampliar os tipos de cobertura que possam
ser oferecidos e comercializados”, ressalta a diretora executiva da
FenaSaúde.
Ainda segundo Vera Valente, a medida visa aumentar o número de
beneficiários, mas sobretudo desafogar o SUS, que está
sobrecarregado e enfrenta restrições orçamentárias. “Assim,
conseguimos deixá-lo apenas para quem não tem, realmente, condições
de pagar por um plano de saúde.”