O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na
sigla em inglês) manifestou nesta quarta-feira preocupação com o
aumento de quase 50% das "novas substâncias psicoativas" (NSP) em
dois anos e meio, enquanto o consumo global das drogas tradicionais
permanece estável.
"Atualmente são as novas substâncias psicoativas que representam
desafios", destaca o UNODC no relatório anual sobre drogas
apresentado em Viena no dia internacional da luta contra as
drogas.
"Vendidas como 'euforizantes legais' e 'drogas sintéticas', as
NSP proliferam a um ritmo sem precedente e representam desafios
inéditos de saúde pública", afirma a organização com sede em
Viena.
Entre o final de 2009 e meados de 2012, o número passou de 166 a
251, superando pela primeira vez a quantidade de substâncias sob
controle internacional (234), segundo o UNODC.
Na Europa, onde o número de NSP passou de 14 em 2005 a 236 em 2012,
quase 75% do consumo se concentra em cinco grandes países: Reino
Unido, Polônia, França, Alemanha e Espanha.
Em todo o mundo, a maconha continua sendo a droga ilegal mais
consumida, com 180 milhões de usuários, segundo as estimativas mais
recentes do UNODC. O dado corresponde a 3,9% da população com idade
entre 15 e 64 anos.
"A África parece ganhar importância como itinerário do tráfico
marítimo", apontou a organização.
O UNODC também ressaltou um percurso cada vez mais utilizado para
alimentar os mercados de consumo, que parte do sul do Afeganistão
para chegar aos portos do Irã ou Paquistão, antes de alcançar o
leste ou o oeste da África e finalmente satisfazer a demanda dos
mercados.
O Afeganistão, que em 2012 foi responsável por 74% da produção
mundial ilegal de ópio, permanece como o principal produtor da
substância.