O Estado de São Paulo recebe, esta
semana, o estoque de 2,3 milhões de comprimidos do medicamento 3 em
1 para o tratamento de pacientes com HIV e aids, enviados pelo
Ministério da Saúde na última semana. A previsão é de que a dose
tripla combinada, composta pelos medicamentos Tenofovir(300
mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg), comece a ser
distribuída aos pacientes do estado esta semana.
A combinação de medicamentos
deverá beneficiar em todo o país 100 mil novos pacientes com HIV e
aids. O Ministério da Saúde investiu R$ 36 milhões na aquisição de
7,3 milhões de comprimidos para todo o país. O estoque é suficiente
para atender os pacientes nos próximos doze meses.
De acordo com o novo boletim epidemiológico, atualmente cerca de
734 mil pessoas vivem com HIV e aids no país. Desde os anos 80,
foram notificados 757 mil casos de aids no país. Em São Paulo foram
registrados 242 mil casos nesse mesmo período. A epidemia no Brasil
está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos, a
cada 100 mil habitantes. No Estado de São Paulo essa taxa é de 18 a
cada 100 mil habitantes.
O uso do medicamento 3 em 1 está previsto no Protocolo Clínico de
Tratamento de Adultos com HIV e Aids do Ministério da Saúde como
tratamento inicial para os pacientes soropositivos. Atualmente, os
medicamentos são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e
consumidos, separadamente. Os Estados do Rio Grande do Sul e
Amazonas, que possuem as maiores taxas de detecção do vírus,
recebem, desde novembro, a dose tripla combinada. Nesse período,
cerca de 11 mil pacientes foram beneficiados nos dois estados.
Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a dose combinada
representa um avanço importante na melhoria do acesso ao tratamento
de aids no país. “A utilização de dose fixa combinada (3 em 1) irá
permitir uma melhor adesão ao tratamento de pessoas que vivem com
HIV e aids. Além de ser de fácil ingestão, o novo medicamento tem
como grande vantagem a boa tolerância pelo paciente, já que
significa a redução dos 3 medicamentos para apenas 1 comprimido ”,
explicou o ministro.
INCORPORAÇÕES – Em 2014, o Ministério da Saúde
incorporou novos medicamentos para os pacientes com aids, como o
ritonavir 100 mg, na apresentação termoestável, que permite que o
medicamento seja mantido em temperatura de até 30°C. A incorporação
representou um importante avanço uma vez que o medicamento
distribuído anteriormente no SUS necessitava de armazenamento em
câmara fria.
Em dezembro, o SUS passou a oferecer o medicamento
tenofovir 300 mg composto com a lamivudina 300mg em um
único comprimido, o chamado 2 em 1. A nova formulação, produzida
nacionalmente, é distribuída pela Farmanguinhos/Fiocruz. Ainda em
dezembro, o Ministério da Saúde passou a garantir a todos os
adultos com testes positivos de HIV, mesmo que não apresentem
comprometimento do sistema imunológico, o acesso aos medicamentos
antirretrovirais contra a aids pelo SUS. A medida também integra o
novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e aids.
Entre 2005 e 2013, o Ministério da Saúde mais do que dobrou o total
de brasileiros com acesso ao tratamento, passando de 165 mil (2005)
pra 400 mil (2014). Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22
medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 12 são
produzidos no Brasil.