Organização reiterou que restrições de
voos partindo dos locais afetados pela doença ou com destino a eles
não é necessária
A Organização Mundial da Saúde (OMS) esclareceu
na quinta-feira (14) que o risco de transmissão do vírus ebola em
viagens aéreas é baixo e que, portanto, não aconselha restrições de
voos partindo dos locais onde está havendo surto da doença e nem
com destino a eles. Desde março deste ano foram registrados 1.975
casos de ebola nos países africanos de Serra Leoa, da Guiné,
Libéria e Nigéria, sendo que o surto se concentra nos três
primeiros. Dos infectados, 1.069 morreram em decorrência da febre
hemorrágica causada pelo vírus.
A diretora de Capacidades Globais,
Alerta e Resposta da OMS, Isabelle Nuttall, ressaltou que, ao
contrário de doenças como gripe e tuberculose, o vírus em questão
não está no ar. A contaminação só se dá por meio do contato direto
com fluidos corporais de alguém contaminado, o que é muito difícil
acontecer em um voo.
Além disso, a diretora salientou que
pessoas com o vírus ebola raramente têm condições físicas de
viajar.
Mais mortes
Uma enfermeira nigeriana, que
acompanhou um norte-americano morto no fim de julho pelo ebola,
morreu em razão da doença. Já foram registradas quatro mortes no
país. Justina Obi Echelonu morreu na madrugada de quinta-feira
depois ficar em quarentena por ter tratado o norte-americano
Patrick Sawyer. Ele viajou da Libéria para a Nigéria e foi o
primeiro caso de morte pelo vírus em território
nigeriano.
"O número total de pessoas sob
observação em Lagos é agora 169", disse o ministro da Saúde
nigeriano, Onyebuchi Chukwu. Esses 169 casos suspeitos estiveram em
contato com pessoas que ficaram de quarentena depois de contactar
diretamente com Sawyer, explicou Chukwu.
Depois de Sawyer ter morrido, em 25
de julho na Nigéria, mais três pessoas, incluindo duas enfermeiras,
morreram em razão do ebola, após terem estado em contato direto com
a vítima.
O ministro da Saúde nigeriano
informou ainda que um dos médicos de Sawyer também foi contaminado
pelo vírus, elevando para dez o número de casos da doença na
Nigéria. Desses, quatro morreram e seis estão sendo
tratados.
No último balanço da Organização
Mundial da Saúde, divulgado há uma semana, haviam sido registrados
13 casos de ebola na Nigéria.