Seguros protegem objetos de
valor até mesmo sentimental em casa, como flores e obras de arte,
além de partes do corpo
Você precisa de seguro para quê?
Para proteger o carro, a saúde, a família (seguros de vida) ou para
planejar uma reserva financeira? As opções oferecidas hoje pelo
mercado vão bem além do que é possível contar nos dedos das mãos.
De proteção para a residência a seguro para garantir obras de arte,
coleções de orquídeas ou a saúde do melhor amigo, seja ele um cão,
seja ele um gato, fazem parte do portifólio do setor. Muitas opções
ainda são pouco conhecidas do brasileiro.
O crescimento da renda no país deu
fôlego a segmentos tradicionais de proteção ao patrimônio e fez a
oferta expandir para além dos modelos mais conhecidos, como os
seguros de vida e de automóveis e a previdência privada. José
Varanda, professor da Escola Nacional de Seguros, aponta que
algumas companhias oferecem proteções que estendem a cobertura para
animais domésticos e de estimação, geralmente como cobertura
adicional para casos de acidente, transporte para clínicas
veterinárias, entrega de ração em casa, funeral, cremação e
hospedagem. “Nestes casos existem limites de utilização e de valor,
por exemplo: duas vezes ao ano e até R$ 500”, explica.
Dona de quatro cães, Olly, Nina e
Clara, da raça Golden Retriever, e Gael, mestiço, a professora
Luciana Villela adotou também o gato Changô. Alguns de seus
animais, entre eles o bichano, já enfrentou cirurgias e exames e
todos visitam regularmente o médico-veterinário. Para cada um dos
cinco animais, a professora contratou um plano de saúde e, ao todo,
paga cerca de R$ 500 por mês. “Acho que compensa muito, porque na
minha região uma consulta com o veterinário custa entre R$ 150 e R$
200”, conta. Ela conta que prefere ter uma despesa programada do
que ser surpreendida por uma fatura que pode desestabilizar seu
orçamento. Certa vez, Olly ficou internada por 20 dias, Changô fez
duas cirurgias e as despesas foram cobertas pelo plano. “Meus
animais são sempre bem cuidados e com todas as vacinas em dia.”
Com a proposta de estender aos
animais de estimação assistência parecida com a recebida pelo dono,
há oito anos, foi criado em Belo Horizonte o plano de saúde Dog
Life. Oferecendo coberturas que vão desde consultas, até cirurgias,
exames e internações para cães e gatos, o plano já tem uma carteira
que ultrapassa 1,5 mil vidas. A diretora-presidente da operadora,
Ana Luiza Ziller, conta que o produto está presente também em
Brasília, e em breve deve chegar a São Paulo e Rio de Janeiro. As
mensalidades variam de R$ 35,90 a R$ 187,90, dependendo do porte do
animal e das coberturas escolhidas. O custo, hoje, é igual para
todos os animais, independente da faixa etária, segundo Ana Luiza.
“Caso o animal adoeça em outra cidade, ou vá a um veterinário não
credenciado, é possível pedir o reembolso, seguindo a tabela do
plano e de acordo com as coberturas”, diz Ana.
Contra o imprevisível Os produtos
que podem ajudar o brasileiro a se precaver em caso de imprevistos
são muitos, A proteção para a residência com serviços agregados,
como bombeiro-hidráulico, consertos gerais, chaveiro, instaladores
de toda a sorte de necessidades domésticas, como quadros, varal e
prateleiras, é um exemplo. Seguro para a responsabilidade civil do
síndico do prédio, para partes do corpo e até mesmo para proteger a
obra de arte, a joia, o jardim e a mensalidade escolar, se houver
desemprego do responsável financeiro, são também produtos que podem
ajudar o brasileiro a manter o equilíbrio da rotina.
“Muitos seguros ainda são pouco
conhecidos pelo brasileiro. A assistência residencial é um
exemplo”, observa Helder Lara Barbosa (foto), presidente do Clube
de Corretores de Seguros de Minas Gerais. Ele lembra que o seguro,
diferentemente do que muita gente pensa, protege a residência, mas
custa bem menos do que um seguro de automóvel, por exemplo. De
acordo com o executivo, os valores das mensalidades podem começar a
partir de R$ 60 por ano e com um contrato de R$ 500 ao ano a
segurança pode ser ampliada, protegendo o imóvel não só contra
incêndios, como também contra roubos. “Além disso são muitos
serviços de assistência que são agregados”, destaca.
Segundo Barbosa, seguros de
responsabilidade civil, que podem proteger desde síndicos de
condomínios, até médicos, clínica e hospitais contra eventuais
danos causados a terceiros, são opções com grande potencial de
crescimento. Mas o mercado também tem possibilidades diferentes,
dentro de seguros tradicionais. Esse é o caso da proteção
específica para partes do corpo, muito utilizado por celebridades,
mas também por profissionais que dependem profissionalmente de um
membro do corpo. Keith Richards, guitarrista da banda Rolling
Stones, tem um seguro para o dedo médio de sua mão esquerda, que
segundo a imprensa, estaria protegido pelo valor de US$ 1,6
milhão.
“Um cirurgião, por exemplo, precisa
fundamentalmente de suas mãos para exercer sua profissão, o que
justifica contratar a proteção”, explica Barbosa. Segundo ele, que
também está à frente da corretora Todo Risco, a proteção para
partes do corpo entra no seguro de vida, com cláusula para
invalidez majorada para algumas partes do corpo. “Um jogador de
futebol pode ter indenização das pernas até 100% do valor do
capital”, explica.