Mesmo que a viagem tenha sido
cuidadosamente planejada, nem sempre os planos saem como o
esperado. E, quando um imprevisto acontece, o bom mesmo é estar
preparado com um bom seguro de viagem. Sem ele – ou sem saber
exatamente o que o serviço cobre – a viagem dos sonhos pode se
tornar um grande problema.
Até pouco tempo atrás, no Brasil, a
ausência de regras claras sobre coberturas gerava, muitas vezes,
transtornos para o consumidor. Os turistas contratavam apólices sem
saber ao certo que tipos de serviços eram cobertos. Era comum
descobrir, em plena viagem, que o seguro contratado não oferecia
proteção contra acidentes e que a empresa não ressarcia os gastos
com despesas médicas e hospitalares. Situações como essas eram
comuns porque as seguradoras só eram obrigadas a ofertar planos que
cobrissem casos de morte e invalidez por acidente. O restante era
facultativo, poderia ser incluído ou não nos planos.
Para resolver o problema, a
Superintendência de Seguros Privados (Susep) lançou um pacote com
regras que devem ser comuns a todas as seguradoras brasileiras. Em
viagens internacionais deve-se oferecer, obrigatoriamente,
cobertura com despesas médicas, hospitalares e/ou odontológicas. Em
passeios nacionais, os planos deverão ofertar pelo menos uma dessas
coberturas básicas (médicas, hospitalares e/ou odontológicas), além
de indenização em caso de morte e invalidez.
A novidade torna os seguros as
opções mais simples para os viajantes e mais fáceis de serem
“empacotadas” pelo empresário. Com a vantagem de ficarem sujeitos à
fiscalização e multas em caso de descumprimento. De acordo com a
Associação Brasileira de Cartões de Assistência, em 2010, apenas
24% dos turistas brasileiros viajavam munidos de um cartão de
assistência. Hoje, pelo menos 38% das pessoas viajam seguradas.
O custo de um plano de seguro é
relativamente baixo diante do investimento em caso de imprevistos,
de acordo com Celso Guelfi, presidente da associação. “Há, assim,
uma conscientização cada vez maior tanto do agente de viagem que
vende os pacotes quanto do passageiro final”, disse.
A obrigatoriedade das mudanças
passa a valer a partir de setembro deste ano, mas algumas empresas
já se enquadraram às novas regras. No último mês, a Caixa
Seguradora lançou um pacote de seguro de viagem com as novas
coberturas obrigatórias. Ela usou como base os novos critérios, mas
personalizou os pacotes: para executivos, estudantes, praticantes
de esportes radicais, gestantes e idosos. “As novas regras trazem
mais segurança para o cliente, tanto para o processo de contratação
do seguro, quanto para o uso das coberturas”, afirmou o gerente de
Seguros de Vida da Caixa Seguradora, Castelano Ribeiro dos
Santos.
A resolução da Susep também
determina que é obrigação da seguradora prestar informações claras
sobre as coberturas mais adequadas à viagem, especialmente em
relação às exigências dos países de destino internacional. O ideal
é que o próprio viajante explique que tipo de passeio pretende
fazer e se tem necessidades especiais, para que, então, o agente de
viagem possa indicar o plano ideal de cobertura.