O governo vai colocar na rede pública um novo teste para
detecção de tuberculose com resultados em até 90 minutos. Até o fim
deste ano, o exame poderá ser feito em 30 municípios, que
concentram 60% dos casos da doença registrados em todo o País. Para
isso, o Ministério da Saúde vai investir R$ 12,6 milhões.
A vantagem do teste é a rapidez e a sensibilidade dos
resultados. Pelo exame tradicional, o resultado demorava 60 dias
para confirmar a doença. Segundo o secretário de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a cada dez testes
negativos, três eram falsos negativos. “Isso era um problema, pois
o estado de saúde da pessoa se agravava e ela continuava
transmitindo a doença. O novo teste praticamente zera a quantidade
de falsos negativos”, explicou Barbosa.O Brasil registrou 70.047
novos casos de tuberculose no ano passado, o que significa uma taxa
de incidência de 36,1 a cada 100 mil habitantes. Para ser
considerado um país de baixa incidência, é preciso chegar a uma
taxa inferior a 30 casos por 100 mil habitantes.
A doença atinge principalmente indígenas, moradores de rua,
presidiários e pessoas com HIV em grandes cidades. A maioria das
vítimas é homem, com idade entre 25 e 35 anos e até oito anos de
estudo.
Uma das grandes dificuldades no tratamento da tuberculose é o
fato de que ele é longo. É preciso pelo menos seis meses de
medicação para a cura. O principal sintoma é a tosse por mais de
três semanas, com ou sem catarro.
Segundo Barbosa, o Brasil atingiu no ano passado a meta de
desenvolvimento do milênio, que era reduzir em 50% a taxa de
mortalidade registrada em 1990 até 2015. Em 2010, dado mais recente
do Ministério da Saúde, o número de mortes causadas por tuberculose
foi de 4.659 no Brasil, ou 2,4 a cada 100 mil habitantes.