O
destaque ficou para o resultado financeiro das seguradoras que
avançou 34% no primeiro semestre, para R$ 14,5 bilhões ante R$ 10,8
bilhões registrados um ano ante
Os
juros maiores seguiram impulsionando o resultado financeiro das
seguradoras no segundo trimestre que, associado a um maior volume
de prêmios e a trégua na sinistralidade em alguns segmentos,
beneficiaram os números dessas companhias no período. Nas carteiras
de automóvel e saúde, porém, o aumento da frequência pesou sob o
desempenho operacional a despeito de um cenário benigno em termos
de preço no mercado.
O
destaque ficou para o resultado financeiro das seguradoras que
avançou 34% no primeiro semestre, para R$ 14,5 bilhões ante R$ 10,8
bilhões registrados um ano antes, conforme dados da
Superintendência de Seguros Privados (Susep). “O ano de 2013 foi em
particular muito difícil para o resultado financeiro, ele fechou
com 79% do CDI, excluindo previdência, e neste ano já estamos a
101%, mesmo em um cenário difícil, muito bipolar”, disse Marcelo
Picanço, diretor financeiro e de relações com investidores da Porto
Seguro, em teleconferência com analistas. SulAmérica
Seguros
No
entanto, o executivo destacou que o ano ainda é bastante desafiador
para a economia como um todo, pelos movimentos de taxa de juros e
questões internacionais que ainda impactam o Brasil. A Porto
Seguro, conforme ele, busca ficar acima do CDI em 2014, mas admite
que não será possível galgar um patamar muito superior.
A BB
Seguridade, holding que controla os negócios de seguros do Banco do
Brasil, o resultado financeiro voltou a ter mais representatividade
no lucro da companhia. Ao final do primeiro semestre, ficou em
25,5%, bem acima dos 14,9% vistos um ano antes como reflexo dos
juros mais elevados. Segundo Werner Suffert, CFO da seguradora,
essa fatia deve ficar entre 22% e 25% ao longo dos próximos
trimestres.
O
resultado financeiro da SulAmérica mais que dobrou no segundo
trimestre, saltando de R$ 81,4 milhões de abril a junho do ano
passado para R$ 164,8 milhões em igual intervalo de 2014. Tal
desempenho impulsionou, segundo a seguradora, o índice combinado da
companhia, que mede o seu resultado operacional, contribuindo para
a sua estabilidade ainda que a inadimplência tenha crescido 1,5
ponto porcentual no segundo trimestre ante o primeiro, para
79%.
Ao
perseguirem suas metas para 2014, as seguradoras cresceram os
prêmios em ritmo superior aos do mercado. A BB Seguridade entregou
a maior expansão do período mesmo não alcançando parte das suas
metas (guidances para o ano). Os prêmios cresceram 37,0% no segundo
trimestre ante um ano, para R$ 15,7 bilhões. A comparação com uma
base mais fraca de 2013 e o impulso do fator calendário são as
apostas da companhia para bater suas projeções.
Além
disso, a BB Seguridade é considerada um caso a parte, uma vez que
tem a base de clientes do BB para explorar. Para o segundo
semestre, a companhia ingressará num novo segmento, dental, em
parceria com a Odontoprev. “O primeiro semestre deste ano reforçou
o potencial que a BB Seguridade tem para distribuir seguros na rede
de agências e para a base de clientes do Banco do Brasil”, disse o
diretor presidente da holding, Marcelo Labuto, em teleconferência,
esta semana.
A
SulAmérica apresentou crescimento dos prêmios da ordem de 18,3%,
para R$ 4,2 bilhões em um ano, impulsionado, principalmente, por
títulos de capitalização e saúde, foco da companhia. Gabriel
Portela, presidente da seguradora, disse que a prioridade é crescer
prêmios em segmentos de interesse do grupo. Em saúde, conforme ele,
há um grande mercado nas pequenas e médias empresas.
“Temos sido capazes de crescer em outras regiões
do país e em outras linhas de negócio. O foco é no retorno ao invés
de crescimento, estamos mantendo nossa perspectiva”, disse Portela,
em teleconferência com analistas.
A
Porto Seguro cresceu num ritmo menor os prêmios no segundo
trimestre. O montante passou dos R$ 3 bilhões no período, 12,4%
maior ante 12 meses. O volume de prêmios foi impulsionado pelas
marcas Porto e Itaú no seguro de automóvel, principal negócio da
seguradora. A sinistralidade, porém, subiu de 51,1% no segundo
trimestre do ano passado para 55,8% no mesmo período de
2014.
A
Bradesco Seguros, que assim como a BB Seguridade tem um forte
balcão para explorar para a venda de apólices, emitiu R$ 13,992
bilhões em prêmios de abril a junho, aumento de 5,7% em relação ao
mesmo período do ano passado. Neste trimestre, a seguradora
concluiu depois de um ano de trabalho a unificação das suas áreas
comerciais, segundo o presidente da companhia, Marco Antonio Rossi.
“A nova estrutura comercial da Bradesco Seguros é multirramo e
aprimoramos uma visão única de cliente e de corretores”, afirmou
ele, em teleconferência recente com a imprensa.